A entidade aponta que preço e fácil acesso contribuem para o crescimento do consumo entre a população de 18 a 24 anos no país e, por isso, defende  . O tema está na programação do XXVII Congresso da entidade, que acontece de 3 a 6 de setembro.

Assessoria ABEAD

A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) defende mudanças na legislação brasileira para frear o aumento no consumo de tabaco no país. Para a presidente da ABEAD, a psiquiatra Alessandra Diehl, um dos principais problemas está relacionado com a reforma tributária em debate no Congresso Nacional, por isso, este é o momento oportuno para definir a alteração dos tributos no setor.

“É de suma importância que, na reforma tributária, se concretize as alíquotas extras, específicas para os produtos derivados do tabaco e álcool. Assim, o preço ao consumidor final deve ser maior e a arrecadação de impostos da venda dos produtos pode ser destinada para ações de prevenção da iniciação e apoio à cessação ao fumo. Além disso, pode cobrir custos diretos e indiretos com o tratamento das doenças relacionadas ao uso de produtos derivados do álcool e tabaco”, destaca Diehl.

No XXVII Congresso da ABEAD, que será realizado de 03 a 06 de setembro em São Paulo (SP) este e outros assuntos envolvendo as políticas públicas de atendimento aos Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias e Transtornos Aditivos, também chamados comportamentais, serão discutidos.

AUMENTO DO CONSUMO ENTRE JOVENS

Os dados mais recentes sobre o consumo de tabaco no Brasil, divulgados pelo  Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), demonstram, claramente, como a facilidade de acesso e o preços favorecem a ingestão de drogas consideradas lícitas – que têm a legislação sob a responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Fazenda.

O Covitel 2023 reforça o crescimento do consumo de tabaco entre os jovens por meio do cigarro eletrônico e do narguilé. No primeiro trimestre deste ano, o índice de jovens entre 18 e 24 anos que fizeram uso do cigarro eletrônico e de narguilé foi de 23,9% e 22,5%, respectivamente.

A presidente da ABEAD destaca que um fator que causa impacto no consumo é o preço do cigarro convencional, o segundo mais barato da região das Américas.  O último reajuste das alíquotas, que incidem sobre o imposto específico e o preço mínimo estabelecido por lei, foi feito em  2016.

De acordo com a Associação, estudos apontam que o produto é facilmente adquirido por menores de idade em estabelecimentos comerciais autorizados. “Nove em cada 10 adolescentes que tentam comprar cigarro conseguem e 90% daqueles que compram com regularidade o fazem em bares, padarias, jornaleiros, supermercados”, afirma Alessandra Diehl.

De acordo com ela, também contribui para o consumo o sabor do cigarro eletrônico, forma de  marketing dos fabricantes que atrai uma demanda cada vez maior, mesmo sendo proibida pela Anvisa há 11 anos. “É importante lembrar a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada que estabelece os processos regulatórios, práticas e padrões de qualidade para produtos e serviços) da Anvisa de 2012, que proibiu o uso de aromas e sabores dos produtos derivados do tabaco, sofreu interferência por parte da indústria de tabaco. Atualmente no Brasil, não somente esses aditivos ainda são permitidos como triplicou o registro de marcas com sabores e aromas”, ressalta Diehl.

CONSUMO DE ÁLCOOL

Em relação ao consumo de álcool, o inquérito também revela um índice maior entre quem tem 18 e 24 anos, de janeiro a março deste ano.

Nesta faixa etária, o consumo de álcool de forma abusiva atingiu 32%. O estudo constata ainda que o uso de álcool, por 4,8% dos jovens de 18 a 24 anos é  considerado de risco ou dependência química. Os homens são maioria.

O levantamento ouviu 9.000 adultos brasileiros, de capitais e cidades do interior das cinco regiões do país, por telefone (fixo e celular), entre janeiro e abril de 2023, com a meta de fazer um retrato atual das DCNT (doenças crônicas não transmissíveis). O estudo foi desenvolvido pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas), com financiamento da Umane e apoio da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).

PREMIAÇÃO ABEAD JORNALISMO 

No XXVII Congresso da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e outras Drogas (ABEAD), o  jornalista, biógrafo e escritor Ruy Castro é  homenageado dando nome ao I Prêmio de Jornalismo da ABEAD.. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Ruy Castro tem uma trajetória de superação na luta contra o álcool.

O I Prêmio ABEAD de Jornalismo, “Prêmio Ruy Castro” vai reconhecer publicações

veiculadas em plataformas com sede no Brasil que, por meio da informação, contribuem para desmistificar vários aspectos que envolvem os transtornos por uso de substâncias e o estigma que o cerca. Além disso, o jornalismo cumpre um papel fundamental ao tratar de assuntos relacionados à especialidade das adições e seus pacientes, mostrando boas evidências científicas traduzidas de forma simples e para o público leigo.

Podem concorrer à premiação as produções jornalísticas nacionais nas seguintes categorias: impresso, on-line, rádio, televisão, canal e influencer. O prazo de inscrição vai até o dia 03/08/2023, através do preenchimento de formulário presente na página do site da ABEAD.

SOBRE A ABEAD

Atualmente, com sede em Porto Alegre, RS, a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) reúne psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos, advogados, líderes comunitários, conselheiros, professores, entre outros profissionais, que trabalham com Transtornos por uso de substâncias e dependências comportamentais no Brasil e no exterior.

Criada oficialmente em 1989, a preocupação dos profissionais da área da saúde em relação ao álcool surgiu no final dos anos 1970, em São Paulo, como um grupo interdisciplinar. Já no início da década de 1980 realizou o primeiro encontro nacional e, em seguida, ampliou o foco de estudos para outras drogas e as dependências comportamentais. Hoje a ABEAD é referência na discussão e implementação de  políticas de prevenção e tratamento do uso de drogas no Brasil e na América Latina. O Congresso, maior evento da associação, é realizado a cada dois anos.

Acesse https://abead.com.br/site e saiba mais.

Assessoria de imprensa: Phonema Editoração

Jornalistas responsáveis: Telma Elorza (43) 99106-8902

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