Por Leandra Iglesias

Ao longo da existência humana a mulher teve um espaço de pertencimento, de acordo com alguns conceitos culturais e regras sociais, tradicionais ou modernas.

Por desempenhar muitos papéis em sua vida cotidiana tais como atividades domésticas, maternais, conjugais, profissionais, a mulher é mais susceptível ao desenvolvimento de desajustes emocionais, físicos e psicológicos:  depressão, ansiedade, insônia, câncer, etc.

No que diz respeito ao consumo de álcool os estudos apontam que, quando excessivo, leva à consequências importantes sobre a saúde.

O consumo excessivo está muito associado aos problemas mentais, cirrose hepática, câncer, patologias cardiovasculares, traumatismos, e constituem a causa maior de nascimento prematuro.

O consumo de álcool nos países europeus é largamente superior à média mundial. A redução do uso excessivo através de estratégias apropriadas é uma prioridade de saúde pública.

Em nível internacional, as estimativas de consumo de álcool se baseiam na venda de bebidas. Sendo elas capazes de valorar a tendência da população ao longo do tempo e permitem identificar os modos de consumo de álcool que são nocivos. Uso problemático, desde o autodeclarado aos problemas sociais, dependência e morbidade.

As mulheres reagem mais rápido e mais intensamente aos efeitos do álcool do que os homens. As repercussões tipicamente femininas no caso de consumação excessiva são: maior risco de câncer, desregulamento do ciclo menstrual, riscos mais elevados de insônia e síndrome alcoólica fetal.

Segundo a OMS, uma dose padrão de bebida alcoólica no organismo feminino de peso reduzido, menos tecido muscular e fígado pequeno, apresenta uma taxa de alcoolemia de 0,3% e 20 a 30% maior sob a influência da mesma quantidade do que no organismo masculino.

Ainda em se tratando da ingestão de bebidas alcoólicas, o coração bombeia o sangue através de todo o corpo e, então, distribui o álcool em todo o líquido do organismo – de 34 litros em média para a mulher, contra 42 litros para o homem. Ou seja, em quantidades iguais de consumo, o álcool estará contido em um volume de líquido menos reduzidos nas mulheres. E àquelas que possuem um fígado menor, a decomposição do álcool será mais lenta.

Pode-se afirmar que as mulheres são mais vulneráveis aos efeitos nefastos do álcool. E em caso de consumo excessivo, os danos causados ao fígado são mais graves e aparecem mais rapidamente do que nos homens. As mulheres também sofrem mais rápido as lesões cerebrais.

Consumo Excessivo de Álcool na Bélgica

Em pesquisa realizada pela Sciensano (2018 – 2023) e considerando a população de jovens maiores de 15 anos e a proporção de consumo de bebidas alcoólicas – mais de 10 doses por semana – respectivamente para homens e para mulheres:

  • 14% da população belga faz uso excessivo de álcool
  • 45% antes dos 16 anos
  • 11,5% homens
  • 3,9% mulheres
  • 10,4% (15 – 24 anos)
  • 9,0% (25 – 34 anos)
  • 9,2% (25 – 64 anos)

O consumo problemático de bebidas alcoólicas é definido com base nas respostas do questionário CAGE.

  • (+7%) – uso problemático de álcool ao ano
  • (9,5%) homens
  • (4,7%) mulheres
  • (9,8%) 25 a 44 anos
  • (8,8%) 45 a 54 anos

A prevalência mais elevada se observa na faixa etária de 55 a 64 anos e mais leve na faixa de 75 anos e mais.

O consumo excessivo de álcool, considerado como “hiper alcoolização” uma vez por semana, na Bélgica é superior à média da União Européia:

  • -11,5% (BE) vs 8,4% (UE) – homens
  • 3,9% (BE) vs 2,6% (UE) mulheres

Entretanto, a pesquisa aponta que o hiper alcoolismo de uso semanal na Bélgica, ajustado por idade, diminuiu 18% entre homens e permaneceu estável entre as mulheres.

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