Autora: Aline Coraça
A cognição tem impacto no funcionamento diário e na qualidade de vida de absolutamente todos os indivíduos, por isso seu comprometimento tem efeitos tão severos, principalmente em casos com TUS.
As funções executivas incorporam todos os processos cognitivos que gerenciam o comportamento humano (Hughes & Graham, 2002). São responsáveis por iniciar e desenvolver uma atividade com objetivo final determinado.
Fazem parte de seu sistema funcional vários processos cognitivos, como:
• Planejamento;
• Controle inibitório;
• Tomada de decisões;
• Flexibilidade cognitiva;
• Memória operacional;
• Atenção;
• Categorização e fluência
(Piek, et al, 2004; Papazian et al., 2006)
Indivíduos acometidos por TUS, comumente apresentam dificuldades nos processos de tomada de decisões (se mostra incapaz de iniciar qualquer atividade – não tem iniciativa de fazer compras de supermercado, mesmo quando a geladeira está vazia), controle de impulsos e até insensibilidade às consequências dos comportamentos (compra itens desnecessários, deixando os essenciais de fora; compras por impulso por exemplo), tem dificuldade de se organizar para começar qualquer tarefa (faz atividades rotineiras, mas não consegue lidar com situações novas – não faz a lista de compras, não segue uma sequência lógica de busca dos produtos e faz uso ineficiente do tempo quando está comprando as mercadorias), além de prejuízos de memória e atenção.
Considerando a responsabilidade do terapeuta ocupacional nesta missão de reabilitar e inserir o indivíduo em ocupações significativas e essenciais na vida cotidiana, a intervenção terapêutica em FE promove estratégias de autorregulação por meio de do uso de autoinstruções verbais, autoquestionamento e automonitoramento na busca pela conquista ou retomada da funcionalidade.
Referência Bibliográfica
1. DIEHL, A.; CORDEIRO, D. C.; LARANJEIRA, R. (Orgs.).Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.
2. Grieve, June I. Neuropsicologia para Terapeutas Ocupacionais: Cognição no desempenho ocupacional. São Paulo: Santos, 2010. 6;
3. KATZ N; KEREN N. Effectiveness of occupational goal intervention for clientes with schizoprenia. AM J OccupTher. 2011; 65(3):287-96
4. KATZ, Noomi. Neurociência, reabilitação cognitiva e modelos de intervenção em Terapia Ocupacional; tradução ShirlyGabay; Terezinha Oppido. – 3.ed. – São Paulo: Santos, 2014)
5. VIZZOTTO ADB. Estudo piloto randomizado e controlado para avaliar a eficácia da terapia ocupacional na reabilitação de funções executivas em pacientes com esquizofrenia refratária [Dissertação.] São Paulo: Universidade de São Paulo: Faculdade de Medicina; 2013 Acesso em: 29.07.19. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-13012014-141709/.