Autor: André Almeida
Atualmente, os chamados produtos terapêuticos digitais estão em crescente desenvolvimento e outros já estão disponíveis no mercado para auxiliar uma ampla gama de condições médicas, tais como: diabetes, gerenciamento de tratamento oncológico e transtornos neuropsiquiátrico, transtorno de ansiedade, depressão e inclusive os transtornos de uso de substâncias (TUS).
Trata-se de ferramentas advindas do conceito de “Digital Therapeutics” do idioma inglês que oferece intervenções terapêuticas baseadas em evidências para pacientes que são orientadas por programas de software de alta qualidade para prevenir, gerenciar ou tratar uma condição médica, geralmente relacionados a doenças crônicas bastante prevalentes na atenção primária em saúde. Eles são usados independentemente ou em conjunto com medicamentos, dispositivos ou outras terapias para otimizar o atendimento dos pacientes e os resultados em saúde dos mesmos.
A pandemia da COVID-19,por exemplo, desencadeou a necessidade de inovação e adaptação em serviços de prevenção e tratamento de drogas por meio de modelos mais flexíveis de prestação de serviços. Muitos países introduziram ou expandiram os serviços de telemedicina devido à pandemia, o que para os usuários de drogas significa que os profissionais de saúde podem agora oferecer aconselhamento ou avaliações iniciais por telefone e usar sistemas eletrônicos para prescrever substâncias controladas.
No Brasil, o termo se popularizou como terapia digital e as pesquisas recente mostram que existem 440 milhões de dispositivos digitais no Brasil, sendo que a média de tempo que o brasileiro passa na internet é de 4h48min. Entre algumas vantagens do uso destas tecnologias estão: acesso às terapias por meio smartphone, tablet ou outros dispositivos similares; aumento do acesso de pacientes a terapias efetivas e clinicamente seguras; redução do estigma associado a algumas terapias; conveniência e comodidade; maior acesso a profissionais com habilidades clínicas para cuidar de pacientes.
Uma das pioneiras ferramentas digitais utilizadas na área da dependência química que foi avaliada através de estudos clínicos destina-se a fornecer terapia cognitivo-comportamental, como adjuvante de um sistema de gestão de contingência para pacientes com 18 anos de idade ou mais, os quais estão em tratamento ambulatorial sob a supervisão de médica, sendo indicado como um tratamento de 12 semanas (90 dias) para pacientes com transtorno por uso de substâncias que não estão em terapia de reposição de opioides. Outras ferramentas digitais elaboradas por instituições de saúde, inclusive com alcance na América Latina, verificou o uso de um aplicativo para dependentes de álcool. Após um ano, quem contou com o suporte do app além do tratamento usual (170 pessoas) teve menos episódios de beber pesado do que os do grupo controle (179 pessoas).
Contudo, os estudos sobre a eficácia e efetividade destes aplicativos no tratamento da dependência química ainda são escassos e precisam ser ampliados para que possam abranger um número maior de pessoas e assim através de dados aperfeiçoar as soluções digitais já os aplicativos para celular, por exemplo, parecem trazer um benefício significativo para pacientes em tratamento contra a dependência.
Inteligências artificiais e realidades virtuais tem ganhado crescente interesse em congressos científicos mundo a fora da área da dependência química, seja para auxiliar no processo de redução ou cessão do consumo do tabaco ou como ferramenta para auxiliar profissionais e pacientes. Quer saber mais sobre o assunto?
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