Habilidades Sociais podem ser caracterizadas como um conjunto de comportamentos emitidos por uma pessoa em suas relações interpessoais no contexto social.

São expressões de suas atitudes, sentimentos, desejos, direitos ou opiniões de modo adequado ao que a situação pede naquele momento.

As esferas comportamentais de base das habilidades sociais são:

  • agrado e afeto,
  • iniciar e manter conversações,
  • fazer e aceitar elogios,
  • fazer e recusar pedidos,
  • expressar amor,
  • expressar opiniões pessoais e desacordo,
  • defender os próprios direitos,
  • expressar incômodo ou desagrado justificados,
  • desculpar-se ou admitir ignorância,
  • pedir a mudança de conduta do outro e enfrentar críticas.

Trabalhar as habilidades sociais no indivíduo é proporcionar que ele inicie um processo de alterações cognitivas e de comportamentos, trazendo como consequência um sujeito mais assertivo em suas relações interpessoais.

De acordo com Limberger (2017), as pesquisas literárias evidenciam uma carência de habilidades sociais dos pacientes de substâncias psicoativas, no entanto com o treinamento de habilidades sociais podemos ter as mudanças positivas dessa situação.

A falta de habilidades sociais pode ser um colaborador para o consumo de substância, pois os pacientes podem se aproveitar do uso para obter um pseudônimo “conforto” em busca de estímulos, pela falta de aptidão em lidar com situações aversivas, emocionais, pressões sociais, familiares e nas relações entre uma ou mais pessoas.

A instrumentalização desse treinamento gera no paciente manejos adequados para lidar com situações de risco, abstinência, fissura, capacidade de autoavaliação e consequentemente favorece no desenvolvimento do relacionamento intrapessoal, que é o ato de conhecer a si mesmo, com identificação de suas potencialidades e abertura para percepção e mudança de melhorias no contexto geral.

O tratamento para transtornos por uso de substâncias requer estratégias específicas para cada estágio motivacional para maior eficácia em seu processo de recuperação.

A reinserção social, geralmente, é a última etapa do tratamento e, nesse momento, o paciente já passou pelo processo de desintoxicação e demais etapas que podem ser ofertadas dentro de um espaço de tratamento, e dará continuidade em um local que deverá ser exclusivamente desenhado com práticas que o munam de habilidades para o enfrentamento de suas fraquezas frente às substâncias psicoativas em meio aberto (Schnorr, Hess & Prati, 2014).

O trabalho de treinamento de habilidades sociais pode ajudar:

no resgate da autoconfiança, valores e, retomada dos vínculos saudáveis.

O grupo potencializa as trocas de ideias, a melhoria na adaptação ao modo de vida individual e coletivo e o compartilhamento de experiências.

O comprometimento do paciente com o tratamento o levará ao seu desenvolvimento pessoal, resgate e manutenção de seu convívio de forma saudável aos espaços anteriormente frequentados, corrobora-se a ideia apresentada pelos pesquisadores do assunto, de que o treinamento de habilidades sociais executado com ética, respeito e eficácia produz consequências positivas na vida dos pacientes.

Fonte:

SANTOS, V., SANTOS, J. P., & BOSSO, R. A., 2020. Treinamento de Habilidades Sociais para Pessoas com Transtornos por Uso de Substâncias. In: O Tratamento da Dependência Química: um guia de boas práticas. Rogério Adriano Bosso (org.) & Juliano Pereira dos Santos (org.). Edição. Curitiba: Appris.

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