Sabemos que as percepções dos adolescentes sobre as normas parentais podem influenciar o uso de substâncias pelos mesmos. Este estudo publicado na revista Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology deste ano de 2021 por Emina Mehanović e colaboradores comprova exatamente isto! Os autores analisaram dados longitudinais de 3.171 estudantes de 12 a 14 anos de idade em 7 países europeus (Áustria, Bélgica, Alemanha, Grécia, Itália, Espanha e Suécia) por um período de 6 meses. Os resultados mostram que os adolescentes cujos os pais adotaram normas permissivas em relação ao tabagismo e o uso de álcool tiveram mais chances de virem a usar substâncias no seguimento. Adolescentes cujos pais fumavam cigarros relataram maior proporção de uso de drogas ilícitas no acompanhamento em comparação com seus pares cujos pais não fumavam (11,4% vs. 6,5%), por exemplo. A prevalência do uso de drogas ilícitas foi muito maior entre os adolescentes cujos pais eram permissivos ao cigarro (21,9% vs. 7,2%) ou ao álcool (19,4% vs. 6,1%) em comparação com aqueles cujos pais não permitiam o uso dessas substâncias. A associação foi mais forte entre meninos do que entre meninas. Pais são modelos para seus filhos! Eles observam o que os adultos estão fazendo. Por isso, que pais precisam ser informados sobre a importância do estabelecimento de regras e limites aos seus filhos e, sobretudo, apoiados na transmissão de mensagens claras com relação a desaprovação de todas as substâncias.
Indubitavelmente há severa influência, principalmente no que tange a crianças psicológica e emocionalmente predispostas. Subjetivamente, o uso de qualquer tipo de droga (incluindo, por óbvio, cigarro e outros artefatos de tabaco e álcool) por adultos na presença de crianças sugere uma “permissão”, tanto quanto um incentivo, ao consumo das mesmas substâncias ou análogas.