Autora: Dra. Sandra S. Marques
O Brasil é o segundo país no mundo, após a Turquia, a estabelecer a implementação do MPOWER, que é a ferramenta que permitiu introduzir artigos importantes da CONVENÇÃO QUADRO PARA O CONTROLE DO TABACO – CONIQ: restrição da publicidade, propaganda e patrocínio; aumento de tributação; monitorar o uso de tabaco, enfrentamento ao mercado ilícito; educação e conscientização; tratamento para a cessação e ambientes livres de tabaco.
O tema do Dia Mundial sem Tabaco 2022 trata das questões do Tabagismo e do Meio Ambiente, e foram exatamente ambientes livres de tabaco que estabeleceram a conscientização da sociedade sobre o comprometimento social do uso de tabaco. A questão do tabagismo passivo e as implicações do uso em ambientes coletivos e também nos privados.
Durante a pandemia de Covid 19, 34% das pessoas passaram a fumar mais – segundo estudo da FIOCRUZ, o que nos traz a preocupação em estabelecer orientação sobre isto. Quando falamos neste comprometimento tanto da saúde física e mental do tabagista, falamos também do tabagismo de segunda e terceira mão que se originam da combustão do tabaco e degradação de compostos oriundos desta queima que contaminam as pessoas que convivem com ele.
Dessa forma, a pandemia trouxe também que o meio ambiente não é um universo paralelo e que necessita ser respeitado. Vieram à tona não apenas a problemática do comércio e consumo de animais silvestres, mas o contexto maior no qual ele está inserido, reacendendo a discussão sobre o elo existente entre saúde humana, animal e ambiental, a chamada SAÚDE ÚNICA.
Estabelecer essa questão implica em promoção da saúde integral de uma forma mais ampla, pois são várias as ações de degradação do meio ambiente, como o desmatamento e a influência no clima. Não é por acaso que as relações causa-efeito hoje lideram a lista de doenças infecto contagiosas (cerca de 72% são de origem animal). Esse campo de conhecimento, de caráter multiprofissional e interdisciplinar se refere a questões e problemas de saúde que transcendem as fronteiras nacionais, assim como seus determinantes e suas possíveis soluções.
Estabelecer políticas públicas sustentáveis e eficientes requer uma sociedade mais consciente, mais participativa e acima de tudo disposta a promover mudanças.
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